segunda-feira, 22 de setembro de 2008

os duendezinhos

De uma pesquisa que pretendia acessar os órgãos e dançar, brincando um pouco com o clichê da tal visceralidade do flamenco, só tenho até agora tirado sarro desse meu corpo cheio de órgãos. Da angústia por incógnitas consigo acessar um outro estado corporal? Como antes já lancei a pergunta: o que acontece com as minhas vísceras quando eu entro em desespero? ou quando eu me exalto e começo a escrever que nem doida? Não será a pesquisa de fato, entender como essas coisas acontecem em mim? Como posso dançar a partir desses chiliques visceralizantes? De repente não é ficando em estado meditativo, depois respirando com o útero para depois começar a bailar da forma que a música me atinge... isso tem me angustiado volta e meia, e o que essa angústia provoca? Quais são as reações do corpo? Dessas coisas que são poesia sem querer...

Observando Daniele Zill bailando, dei-me conta que nela a força acontecia de uma maneira quase que sem querer. Parece que ela é forte porque é, não porque quer ou precisa ser ou por maneirismo flamenco. É como se o corpo resolvesse a força sozinho, sem esforço.
Encontrei uma imagem de Vik Muniz, em que um corpo parece tentar conter sua irradiação, mas nao consegue. A coisa acontece com força por si só. Assim parece a Dani, não que ela tente conter, mas que nem pensa a respeito de conter ou de forçar algo. Duendezinhos trabalhando dentro de cada órgão.

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