quinta-feira, 18 de setembro de 2008

cadê o vazio positivante?

Quando será possível começar a trabalhar de fato? Qual o problema afinal, o ambiente que eu escolhi, a falta de uma rotina, eu mesma? Será que eu sou incapaz de fazer o que eu me propus a fazer? Ou será que isso tudo é muito normal e deve de alguma forma fazer parte do meu processo de criação e pesquisa? Porra, eu tenho prazos, eu tenho expectativas! Como driblar tudo isso? Acho que eu preciso reler o texto do vazio positivante...será que tem algum texto do ataque de nervos positivante? da incapacidade de concentração positivante? da ansiedade positivante? dos órgãos positivantes que eu inventei de explorar? puta que o pariu, por que nao deixei simplesmente que cada orgao executasse simplesmente a sua função ao inves de ficar tentando convidar eles pra dançar? Será que dá tempo ainda de desfazer o convite? Mas será que a dança não é uma de suas principais funções? Não é pra isso que eles tão todos dentro de mim? Dança dos órgãos, conta outra! Mas é que se eu danço eles dançam né? Acho que só isso já é um dado importante, caso eu mais uma vez duvide que meus orgaos possam dançar. Vamos lá, mais uma vez, em negrito: SE EU DANÇO OS MEUS ÓRGÃOS DANÇAM, NÉ?
Isso que eu to sentindo agora é uma reação visceral? O que tá acontecendo com as minhas vísceras agora nesse ataque de raiva? Dá pra nomear um órgão ativo nesse momento? Ativo eu digo naquele super ativo plus, do tipo, fugindo do monstro na selva. Isso é uma situação de risco? O risco de fazer um cocô em cena no dia 2 de dezembro e entregar outro cocô encadernado alguns dias antes. Lo siento, mas permitam-me esse tipo de metáfora...afinal, é com metáforas que o jogo aqui acontece, desde o vomitar coelhinhos até a metáfora de um útero que dá vida a outro útero e por isso me faz dançar. E também fora daqui de mim, o corpo sempre é metáfora. Qualquer tentativa de descrição de um corpo é pura poesia. Médicos são poetas, sabia? o problema é que eles não sabem disso.
Criar metáforas é criar um corpo. Nós temos esse poder. Criam por nós o tempo todo e a gente cria em cima disso que já foi criado antes de nós. Vomitar coelhinhos é o que há! e tudo isso acontece num estômago por metáfora e assim acontece com o corpo todo. Vomitar um corpo de dentro do outro. Assim como a "mãe do corpo no corpo da mãe". Poss driblar o que já está culturalmente criado em metáforas aqui dentro de mim? Posso criar as minhas próprias e modificar o que a "natureza" predeterminou como função para os meus órgãos. Odeio usar aspas, mas é que o biológico não existe.
E o que tem o flamenco a ver com tudo isso? Também é uma metáfora culturalmente criada. O que essa metáfora faz no meu corpo recheado de outras metáforas daqui, daqui do cantinho onde respiro e vivo? Meu coelhinhos são esse Frank, meio flamenco, meio o que é daqui, querendo totalmente ser eu mesma. Com essas metáforas que a todo custo quero criar.
Não dá pra tirar metáforas a forceps, acho que a solução é dançar e esperar que elas venham. Vou levar meu órgãos pra dançar hoje a noite. Aqui dentro do meu quarto eles se distraem com outros afazeres e nao se entregam.
Bjo tchau

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